Chama à nossa atenção que o termo “líder/liderança” e nem mesmo o verbo “liderar” aparecem no Novo Testamento. Contudo, no Antigo Testamento, eles são bem frequentes. E geralmente estão associados a uma liderança político-social associado à uma liderança religiosa; ou seja, líderes do povo, de cidades, de exércitos, etc.
Por exemplo, quando o povo de Deus, chega às portas da terra prometida, envia “espias” à terra a qual lhes fora prometida por herança pelo Senhor Deus, eles ao ouvirem o relato desfavorável da maioria dos espias, acabam se rebelando contra o Senhor. A narrativa de Números 14 nos diz que 1) então toda a comunidade começou a chorar em voz alta e continuou em prantos a noite toda. 2) Suas vozes se elevaram em grande protesto contra Moisés e Arão. “Ah, se ao menos tivéssemos morrido no Egito, ou mesmo aqui no deserto!”, diziam. 3) “Por que o Senhor está nos levando para essa terra só para morrermos em combate? Nossas esposas e crianças serão capturadas como prisioneiros de guerra! Não seria melhor voltarmos para o Egito?” 4) E disseram uns aos outros: “Vamos escolher um novo líder e voltar para o Egito!”. (Números 14:1-4).
Certamente Moisés era um líder consagrado e comprovado desde a saída do Egito e ao longo dos últimos quarenta anos que perambularam pelo deserto. Moisés e Aron, foram chamados e instituídos pelo próprio Deus para exercerem uma liderança específica em Israel, em meio ao Povo de Deus. Contudo, confrontados mais uma vez com os limites das possibilidades humanas frente ao relato da maioria dos espias, o povo demanda um “novo líder”.
Trago esta história, pois aqui aparece em algumas versões a palavra “líder” – que, aliás, a NVI traduz por “chefe” – “escolheremos um chefe e voltaremos para o Egito” (v.4). A Bíblia Textual opta pelo termo “caudilho” – “Ponhamos um caudilho e regressemos ao Egito!”.
Pesquisando por sinônimos e palavras semelhantes para caudilho, encontramos: chefe, mandachuva, cabeça, capitão, comandante, condutor, diretor, dirigente, general, guia, líder, maioral, mentor, pastor, principal, autoridade, cacique, chefão, figurão, manda-tudo, etc. É uma lista bem sugestiva; contudo, não representa adequadamente a liderança exercida por Jesus, nossa referência maior.
Aliás, Jesus mesmo nunca foi chamado de “líder”, mas sim de “Mestre”. E depois de fazer uma série de “críticas” aos mestres da lei, aos fariseus e líderes do povo, Jesus disse às multidões e a seus discípulos em Mateus 23: “2) “Os mestres da lei e os fariseus ocuparam o lugar de intérpretes oficiais da lei de Moisés. 3) Portanto, pratiquem tudo que eles dizem e obedeçam-lhes, mas não sigam seu exemplo, pois eles não fazem o que ensinam. 4) Oprimem as pessoas com exigências insuportáveis e não movem um dedo sequer para aliviar seus fardos. 5) “Tudo que fazem é para se exibir. Usam nos braços filactérios mais largos que de costume e vestem mantos com franjas mais longas. 6) Gostam de sentar-se à cabeceira da mesa nos banquetes e de ocupar os lugares de honra nas sinagogas. 7) Gostam de receber saudações respeitosas enquanto andam pelas praças e de ser chamados de ‘Rabi’. 8) “Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Rabi’, pois vocês têm somente um mestre, e todos vocês são irmãos. 9) Não se dirijam a pessoa alguma aqui na terra como ‘Pai’, pois somente Deus no céu é seu Pai. 10) Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Mestre’, pois vocês têm somente um mestre, o Cristo. 11) O mais importante entre vocês deve ser servo dos outros, 12) pois os que se exaltam serão humilhados, e os que se humilham serão exaltados.” (Mateus 23:2-12).
Penso que neste texto; ou melhor, nesta fala de Jesus, encontramos algumas diretrizes que julgo de extrema importância para conceituarmos adequadamente o que vem a ser um “líder” ou de que forma a “liderança” deveria ser exercida. Senão, vejamos:
Primeiramente temos um exemplo negativo de liderança (“religiosa” inclusive). Trata-se dos fariseus. Aliás, os vários “ais” de Jesus presentes neste capítulo 23 de Mateus, dirigem-se não somente aos fariseus, mas também aos “mestres da lei”. São os exegetas da Lei, são os teólogos do seu tempo, as pessoas que deveriam não apenas interpretar a Lei, mas, sobretudo, vive-la de maneira que a sua própria vida fosse um referencial daquilo que ensinam. Afinal, a liderança tem como propósito primeiro não determinar e impor a Lei aos outros; mas, influenciar a vida do povo pelo seu próprio exemplo de vida.
Agora, parece que este ideal de liderança foi completamente corroído por uma postura “hipócrita”. Só neste capítulo 23 de Mateus, Jesus qualifica esta liderança religiosa sete vezes de “hipócrita” (vv. 13,14, 15, 23, 25, 27, 29). Além disso, Jesus os chama de “cegos”, “guias cegos” e “cegos insensatos” (vv. 16, 17, 19, 24, 26). E para concluir esta extensa lista de “elogios”, Jesus ainda os chama de “serpentes” e “raça de víboras”. Com isto está dado o tom da conversa, que esta forma de liderança absolutamente não se coaduna com os propósitos do Senhor e com a referência que Ele mesmo é.
Tudo isto toca num ponto nevrálgico da forma como a liderança deve ser exercida. Negativamente, Jesus os condena por dizerem uma coisa e fazerem outra. O que dizem até pode ser correto – 3) Portanto, pratiquem tudo que eles dizem e obedeçam-lhes. Contudo, na perspectiva de quem deveria, como líderes que são, influenciar e corroborar o que ensinam, vivendo esta verdade, praticando a Lei do Senhor que interpretam e ensinam ao povo, nisto estes lideres tem deixado a desejar ao ponto de Jesus dizer: mas não sigam seu exemplo, pois eles não fazem o que ensinam (v.3).
É no fato de uma vida desconexa com o ensinamento que repousa a crítica contundente de Jesus qualificando aquela liderança de “hipócritas”, “cegos”, “guias cegos” e “cegos insensatos”, “serpentes” e “raça de víboras”. Ou seja, me parece ficar evidente que não pode haver qualquer desconexão entre a Palavra de Deus e a nossa vida. Não é possível ser tão somente um “líder” profissional, um bom intérprete e exegeta, um bom pregador com uma oratória rebuscada. Esta Palavra Santa e Eterna, Palavra Viva, este Evangelho carrega em si o poder de transformar vidas. E se isso não acontece ou aconteceu na vida daquele que lidera (influencia), compromete o bom testemunho desta Palavra e do Seu Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16a).
Em segundo lugar, é neste contexto que Jesus instrui seus discípulos, futuros líderes na sua Igreja, a respeito do padrão desta liderança em oposição àquela exercida pelos fariseus e mestres da lei. Algumas de suas práticas no exercício da liderança religiosa, deveriam ser completamente rechaçadas pelos futuros líderes no contexto da Igreja de Cristo; a saber (ver texto acima de Mateus 23):
- 4) Oprimem as pessoas com exigências insuportáveis e não movem um dedo sequer para aliviar seus fardos. O fato de exercerem liderança parece que lhes confere o direito de dominarem sobre o povo. O líder não tem o direito dado por esta sua condição de oprimir quem quer que seja; muito menos àqueles a quem lidera. Muito pelo contrário, os líderes são aqueles que deveriam ser os primeiros a mover dedos, mãos e pés na direção dos liderados para aliviar os seus fardos. Não tem como não lembrar aqui de um dos hinos tradicionais de nossa igreja: Dá-nos olhos que veem o irmão; dá, Senhor, ouvidos que dão atenção! Mãos que aprenderam dores a aliviar, pés que não hesitam na hora de ajudar! Corações que sabem repartir a dor, partilhar prazeres, propagar louvor!
- 5) “Tudo que fazem é para se exibir. Usam nos braços filactérios (caixinhas que contêm uma faixa de pergaminho com passagens bíblicas) mais largos que de costume e vestem mantos com franjas mais longas. 6) Gostam de sentar-se à cabeceira da mesa nos banquetes e de ocupar os lugares de honra nas sinagogas. 7) Gostam de receber saudações respeitosas enquanto andam pelas praças e de ser chamados de ‘Rabi’. Enfim, a liderança, e muito menos a nossa espiritualidade, deveriam ser usados para promoção pessoal, para nos colocar na vitrine e sermos aplaudidos pelos outros. Tudo o que Jesus fazia e dizia, mesmo os grandes sinais e milagres, redundavam em honra e glória ao Pai Eterno. Testemunhar de Cristo, que é inerente à liderança que exercemos, passa longe da atitude adota pelos fariseus e mestres da lei. Afinal, tudo o que somos e fazemos depende do Senhor e da capacitação que dele recebemos por meio do Seu Santo Espírito.
Portanto, tudo em nós deve apontar para o Senhor Jesus. Atitude digna de ser imitada, neste quesito, foi a de João Batista, que não vê no despontar da liderança de Jesus uma concorrência que possa comprometer o seu ministério; muito pelo contrário. João afirma com todas as letras: É necessário que ele cresça e que eu diminua (João 3:30).
Sendo assim, Jesus orienta seus discípulos explicitamente sobre uma postura adequada, preparando-os para uma liderança coerente com o Evangelho de Cristo: 1) “Tenham cuidado! Não pratiquem suas boas ações em público, para serem admirados por outros, pois não receberão a recompensa de seu Pai, que está no céu. 2) Quando ajudarem alguém necessitado, não façam como os hipócritas que tocam trombetas nas sinagogas e nas ruas para serem elogiados pelos outros. Eu lhes digo a verdade: eles não receberão outra recompensa além dessa. 3) Mas, quando ajudarem alguém necessitado, não deixem que a mão esquerda saiba o que a direita está fazendo. 4) Deem sua ajuda em segredo, e seu Pai, que observa em segredo, os recompensará.” 5) “Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de orar em público nas sinagogas e nas esquinas, onde todos possam vê-los. Eu lhes digo a verdade: eles não receberão outra recompensa além dessa. 6) Mas, quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, em segredo. Então seu Pai, que observa em segredo, os recompensará. (Mateus 6:1-6).
- 8) “Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Rabi’, pois vocês têm somente um mestre, e todos vocês são irmãos. 9) Não se dirijam a pessoa alguma aqui na terra como ‘Pai’, pois somente Deus no céu é seu Pai. 10) Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Mestre’, pois vocês têm somente um mestre, o Cristo. A designação de funções no contexto da Igreja muitas vezes é confundida com nomenclaturas que designam status, por exemplo; apóstolo, presbítero, bispo, ministro, pastor, líder, presidente e tantos outros. Ao invés de tão somente descreverem ou apontarem para uma função a ser exercida, acabam por conferir algum status e honra indevida a indivíduos, que igualmente podem cair na tentação de se acharem melhores ou superiores àqueles que lideram ou servem.
Jesus deixa absolutamente claro e inconteste que no Corpo de Cristo somos todos irmãos. Servimos todos a partir dos dons e do chamado que o Senhor da Igreja nos tem dado. E tudo que fizerem ou disserem, (recomenda Paulo) façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus, o Pai, por meio dele (Colossenses 3:17).
De fato, nós só temos um único Mestre, Senhor e Salvador, Jesus Cristo a quem servimos e honramos. Todos os demais, estamos no mesmo patamar independente da função à qual somos chamados a exercer.
- 11) O mais importante entre vocês deve ser servo dos outros, 12) pois os que se exaltam serão humilhados, e os que se humilham serão exaltados.” Com esta última afirmação de Jesus em nosso texto de referência, fica estabelecida e consumada a questão: se há algum “status”, alguma tentativa de hierarquizar as funções no contexto da Igreja de Cristo, esta pirâmide organizacional está invertida; ou seja: O mais importante entre vocês deve ser servo dos outros. Aliás esta é a única forma aceitável de “organograma” na Igreja, tendo em vista que o Senhor da Igreja e Mestre, o Líder maior e absoluto, apresenta-se a sim mesmo como aquele que serve.
Os próprios discípulos demoraram para entender esta forma de liderança. Já indo para os finalmente de seu ministério terreno, dirigindo-se a Jerusalém para ser morto em nosso lugar, Tiago e João fazem um pedido inusitado a Jesus: “Quando o senhor se sentar em seu trono glorioso, queremos nos sentar em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outro à sua esquerda” (Marcos 10:37).
Sentar-se à direita e à esquerda do Mestre quando este estiver ocupando o Seu trono de glória, não deixa de ser percebido por Jesus como uma tentativa de promoção pessoal. Nada além de uma busca por status. E esta mentalidade não era exclusiva de Tiago e João. Todos os demais ao ficarem indignados com eles, expuseram, ainda que subliminarmente, que eles almejavam o mesmo status, mas chegaram tarde com seu o pedido.
E Jesus ao perceber a verdadeira intenção a desmascara colocando os pingos nos “is”: 42) Então Jesus os reuniu e disse: “Vocês sabem que os que são considerados líderes neste mundo têm poder sobre o povo, e que os oficiais exercem sua autoridade sobre os súditos. 43) Entre vocês, porém, será diferente. Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, 44) e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo de todos. 45) Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”. (Marcos 10:42-45).
O Senhor deixa claro que os padrões de liderança deste mundo já não são mais adequados ao Reino de Deus e à Sua Igreja nesta terra. Sendo assim, precisamos adotar os padrões estabelecidos pelo próprio Senhor no exercício da liderança.
Percebam a formulação do verso 42: os que são considerados líderes neste mundo (NVT), na Versão Textual diz: os que supõem governar às nações. Ou seja, parece colocar a liderança, a própria governança, num status de ilusão, uma atribuição indevida, algo usurpado ou erroneamente atribuído. Os que são considerados líderes pelo povo que os “elege” para tal – como no caso de Israel, acima referido, que escolhe um novo líder, um caudilho, para os conduzir de volta ao Egito – desconhecem ou desconsideram que esta liderança é uma função concedida pelo próprio Deus que demandará contas do seu exercício.
Quando o povo de Israel pede a Samuel um rei que os liderasse, à semelhança dos povos vizinhos, o profeta do Senhor ficou muito triste e chateado com este pedido. E Samuel leva esta questão em oração à presença do Senhor, que lhe respondeu, dizendo: “Faça tudo que eles pedem, pois é a mim que rejeitam, e não a você. Eles me rejeitaram como seu rei (1 Samuel 8:7). Por isso, exercer poder sobre os liderados, exercer autoridade sobre os súditos (como Jesus fala acima v.42) é uma usurpação de poder e um desvirtuamento da função. Exercer liderança no Reino de Deus, no contexto da Igreja de Cristo, não é exercê-la sobre as pessoas como se estas nos pertencessem. A nossa liderança sempre deverá ser uma liderança serva, pois sua função primária e principal é apontar e conduzir os liderados ao Senhorio do próprio Cristo, à sujeição d’Aquele que em última análise tem Todo o Poder e Direito de exercer autoridade sobre sua criação.
É nesta perspectiva que eu leio o que Paulo escreve aos Romanos e que tantas vezes é fonte de polêmica e desentendimento: Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele. Portanto, quem se rebela contra a autoridade se rebela contra o Deus que a instituiu e será punido. (Romanos 13:1,2). E Paulo acrescenta no v. 4: As autoridades são servos de Deus, para o seu bem. E, nesta perspectiva, Paulo demanda dos Efésios que sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo (Efésios 5:21).
Pois bem, concluindo esta reflexão breve e incompleta, gostaria ainda de refletir sobre nossa motivação ao exercermos liderança no contexto da Igreja de Cristo. A força maior do que fazemos na condição de servos de Cristo está no amor. Não somos movidos por regras e imposições quaisquer que sejam. A força do cristianismo está no próprio Evangelho que anuncia e vive. O amor cristão, chamado de ágape, é muito mais do que um mero sentimento. Ele se expressa em atitudes concretas inspiradas no próprio Senhor que nos amou incondicional e sacrificialmente. Este amor é derramado em nossos corações pelo próprio Espírito Santo de Deus que gera em nós um novo caráter, uma nova personalidade, uma motivação que transcende valores e motivações terrenas.
Em última análise, é o próprio Espírito Santo que faz de nós um só corpo, nos ajuda a caminhar em sujeição e unidade, é também quem nos capacita com os mais variados dons e talentos para servirmos uns aos outros, servindo ao Senhor da Igreja. Existem tipos diferentes de dons espirituais (diz Paulo), mas o mesmo Espírito é a fonte de todos eles. Existem tipos diferentes de serviço, mas o Senhor a quem servimos é o mesmo. Deus trabalha de maneiras diferentes, mas é o mesmo Deus que opera em todos nós. A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos. (1 Coríntios 12:4-7).
Como alguém já disse, “motivação é o que dá motivo para a ação”. E a nossa motivação para tudo o que fazemos provém do próprio Senhor Deus. É na Sua Palavra, partilhada e compartilhada no âmbito da sua Igreja, na comunhão dos irmãos que somos sempre novamente impulsionados, dirigidos, capacitados, orientados. Como se lê a respeito da igreja “primitiva” (aquela que não é meramente derivada, mas referencial), que todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e à oração (Atos 2:42). Ou seja, a Palavra, o Evangelho de Cristo era o referencial para tudo o que eram e faziam. Desta forma, a liderança dos apóstolos influenciava com palavra e vida a Igreja a andar em obediência contínua ao Senhor da Igreja. Líder é modelo, é referência, é influência. Por isso Paulo vai desafiar a Igreja dizendo: Sejam meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo. Eu os elogio porque vocês sempre têm se lembrado de mim e têm seguido os ensinamentos que lhes transmiti. (1 Coríntios 11:1,2). A intimidade dos apóstolos com o seu Senhor era a base do que ensinavam e viviam. A Igreja aprendia observando as atitudes dos líderes. E esta não deveria ser outra a não ser aquela do próprio Cristo.
Tomo a liberdade de citar Paulo mais uma vez para finalizar minha reflexão, quando escreve aos Filipenses no segundo capítulo: 1) Há alguma motivação por estar em Cristo? Há alguma consolação que vem do amor? Há alguma comunhão no Espírito? Há alguma compaixão e afeição? 2) Então completem minha alegria concordando sinceramente uns com os outros, amando-se mutuamente e trabalhando juntos com a mesma forma de pensar e um só propósito. 3) Não sejam egoístas, nem tentem impressionar ninguém. Sejam humildes e considerem os outros mais importantes que vocês. 4) Não procurem apenas os próprios interesses, mas preocupem-se também com os interesses alheios. 5) Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. 6) Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. 7) Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, 8) humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. 9) Por isso Deus o elevou ao lugar de mais alta honra e lhe deu o nome que está acima de todos os nomes, 10) para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11) e toda língua declare que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai. 12) Quando eu estava aí, meus amados, vocês sempre seguiam minhas instruções. Agora que estou longe, é ainda mais importante que o façam. Trabalhem com afinco a sua salvação, obedecendo a Deus com reverência e temor. 13) Pois Deus está agindo em vocês, dando-lhes o desejo e o poder de realizarem aquilo que é do agrado dele. 14) Façam tudo sem queixas nem discussões, 15) de modo que ninguém possa acusá-los. Levem uma vida pura e inculpável como filhos de Deus, brilhando como luzes resplandecentes num mundo cheio de gente corrompida e perversa. 16) Apeguem-se firmemente à mensagem da vida. Então, no dia em que Cristo voltar, me orgulharei de saber que não participei da corrida em vão e que não trabalhei inutilmente. (Filipenses 2:1-16).
Jacson H. Eberhardt